5.5.09

Livro novo do Bernardo Carvalho: "O filho da mãe". Nomes complicados, história entrelaçada e uma Tchetchênia só minha. Logo no início deparo-me com uma passagem amarga, angustiante. O livro 'takes place' numa Tchetchênia em plena guerra civil. Uma das personagens é uma senhora de 78 anos que luta para não ter que deixar seu apartamento, num dos únicos prédios ainda sobreviventes em meio às bombas. Ela já perdeu o filho, a família, todos os amigos e tem forças suficientes, mesmo com uma doença que ainda não descobri qual é, para lutar pela vida do neto. Com todo esse "mise-en-scène", meu coração quase se contorce com uma reflexão promovida pelo autor:

"Esperou o sol nascer, sentada no que uma vez fora a cozinha do apartamento. Não havia nada que odiasse mais do que os pássaros que continuavam a cantar de madrugada, mesmo já não havendo árvores, como aves de mau agouro, anunciando o dia nas ruínas da guerra."

2 comentários:

M. disse...

"e tem forças suficientes, mesmo com uma doença que ainda não descobri qual é, para lutar pela vida do neto."

te amo.

fefa disse...

Bonito, mas triste
deu vontade de ler...mesmo!

bjo =]