28.7.09

confusaconfusãoconfundida



Pergunto-me o motivo pelo qual Fellini é considerado um diretor tão magnífico. Não sei se existem obras eternas, mas devo confessar que dormi vendo "A doce vida". Pequei, eu sei. Não posso ignorar o fato de estar com sono e de minha cabeça vagar por outros ares, mas não creio que seja esta a razão.

Também não consigo "pegar no tranco" no livro "O som e a fúria" de William Faulkner. A história começa de lugar algum com personagens soltos e aquele tijolo de páginas só me faz desanimar. Malditos clássicos!

Na última semana tive que (re)começar inúmeras vezes a ler "A invenção de Morel" de Adolfo Bioy Casares. O bom é se surpreender e descobrir uma obra magnífica, como aconteceu com esta história.

Porém, a completa aleatoriedade com a qual as coisas estão surgindo fazem com que a dificuldade de foco seja maior, que as palavras se desdobrem em códigos indecifráveis e que eu me ache uma completa idiota em processo de burrice crônica, em que o início é apenas o ponta-pé de algo muito mais grave.

Nos embalos de: the greatest - cat power

6.6.09



Perco a hora de acordar. Não sei que dia é e o que irei fazer. Os dias já não têm mais sentido e eu já não me importo mais com cronologias e nexos entre os acontecimentos. Talvez a força que minhas pernas têm me obriguem a sair da cama. Droga! Eu não quero. Pronto! Foi. Levanto e não tem nada na geladeira. Um cansaço me domina e a cabeça dói com toda a força de uma inexplicável ressaca. Talvez seja a hora de partir. Para onde? Não sei. Calça preta, chinelos e blusa rosa. As ruas da minha cidade parecem animadas e movimentadas. Há tempos não vejo tantas crianças com suas mães dando uma volta. Ai! Vento! Esse tempo cada dia mais louco. Tenho certeza de que uma nova gripe vem com o uivar me assombrar. Acho que preciso mudar meus hábitos alimentares. Acho que preciso cortar o cabelo. Acho, acho, acho.. Chega de caminhar. Volto para casa e o silêncio ainda permanece, seguindo-me como um fantasma sem alma, com desejo de não me largar. Cadê o meu livro? Vem cá, Paul Auster querido fazer-me companhia nesse dia triste.


Nos embalos de: silêncio

6.5.09

apenas o fim



O filme “Apenas o Fim” é um projeto de alunos do curso de cinema da PUC-Rio que tem atraído público pelos lugares que passa. No dia 12 de junho, dia dos namorados, o longa-metragem fará sua estréia nos cinemas digitais do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Ele já foi escolhido pelo júri popular como melhor filme no Festival do Rio 2008 e na 32ª Mostra Internacional de São Paulo, marcou presença no Festival Internacional de Rotterdam (IFFR) e no Festival Internacional de Miami, neste na Competição Ibero-Americana. O projeto promete ainda cativar nos festivais Off Câmera, em Krakow, Polônia, e no Festival de Cinema Brasileiro em Paris, França.

Com o roteiro de Matheus Souza, de apenas 20 anos, os estudantes uniram-se para fazer o primeiro longa-metragem da universidade. O projeto é de baixo orçamento e contou com o apoio do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio. O longa foi inteiramente gravado em HD (alta definição).

O roteiro traça um retrato da geração crescida nos anos 90, bombardeada por influências da cultura pop e avanços tecnológicos. É um filme com temática jovem, executado por jovens e representado por atores da nova geração do teatro e do cinema. Érika Mader e Gregório Duvivier são os protagonistas, e o longa também conta com participações de Marcelo Adnet, Natália Dill, Álamo Faço, Anna Sophia Floch e Julia Gorman.

Gregório Duvivier ganhou o Prêmio Shell de teatro em 2004 por sua atuação no sucesso “Z.É. – Zenas Emprovisadas”. participou da série “O Sistema”, na TV Globo ao lado de Selton Mello e estreou no cinema em 2007 com “Podecrer”, de Arthur Fontes. Érika Mader estreou na televisão na série “Mandrake”, da HBO Brasil em 2005. No ano passado, atuou na novela “Paraíso Tropical”, de Gilberto Braga, da TV Globo, e participou dos filmes “O maior amor do mundo”, de Cacá Diegues e “Podecrer”.

"Apenas o Fim” é uma apresentação da Atitude Produções, empresa comandada pela renomada produtora do cinema brasileiro, Mariza Leão. Seu último lançamento foi o grande sucesso nacional “Meu nome não é Johnny”.


Sinopse: Garota resolve abandonar o namorado e fugir para lugar desconhecido. Antes de partir, ela decide encontrá-lo, mas eles têm apenas uma hora para fazer um balanço bem humorado de suas vidas.

5.5.09

Livro novo do Bernardo Carvalho: "O filho da mãe". Nomes complicados, história entrelaçada e uma Tchetchênia só minha. Logo no início deparo-me com uma passagem amarga, angustiante. O livro 'takes place' numa Tchetchênia em plena guerra civil. Uma das personagens é uma senhora de 78 anos que luta para não ter que deixar seu apartamento, num dos únicos prédios ainda sobreviventes em meio às bombas. Ela já perdeu o filho, a família, todos os amigos e tem forças suficientes, mesmo com uma doença que ainda não descobri qual é, para lutar pela vida do neto. Com todo esse "mise-en-scène", meu coração quase se contorce com uma reflexão promovida pelo autor:

"Esperou o sol nascer, sentada no que uma vez fora a cozinha do apartamento. Não havia nada que odiasse mais do que os pássaros que continuavam a cantar de madrugada, mesmo já não havendo árvores, como aves de mau agouro, anunciando o dia nas ruínas da guerra."

tarde de terça

Emoção com um retângulo branco na minha frente e cadeiras vazias numa sala enorme. Uma luz forte o acende e em poucos minutos tudo ganha cores. Ai, ai! Está tudo turvo! O que houve com o filme? Não, Paulinha. São os óculos que estão sujos.

nos embalos de: 'campus' - vampire weekend

4.5.09

Já há algum tempo li que a média de leitura dos brasileiros é de 1 livro por ano. É como se só tivessemos tempo para ler durante o inverno, já que saimos menos de casa.

Nosso histórico literário não é dos melhores e isso é um fato. Lembro-me do tempo da escola, em que era obrigada apenas a ler 1 livro por ano letivo. Sim, UM. Enquanto isso, as fichas de matemática e física lotavam a minha pasta. Talvez por isso tenha me voltado para literatura e criado repulsa aos conteúdos que envolvem questões exatas.


Outra coisa interessante que percebi outro dia foi como algumas pessoas ainda acreditam ser obrigatório ler Machado de Assis, José de Alencar, Marcel Proust ou Gustave Flaubert. Admito, não li muitos clássicos brasileiros ou mundiais e nem por isso parei de ler. Tenho o hábito desde criança, desde os tempos da Turma da Mônica.

Se a sociedade passa a dizer para algumas pessoas que elas são menos cultas porque não leram Oscar Wilde, há algo de errado! Não são apenas palavras difíceis e uma narrativa complexa que enobrece o homem, mas o seu desejo e fome pelos textos.


nos embalos de: 'mil pasos' - soha

3.5.09


Praticamente um ano após a última postagem, resolvo escrever. Talvez para exercitar ou para jogar no vento algumas palavras aleatórias. Não almejo o texto original e a coerência constante, mas a sinceridade e a não necessidade de seguir padrões. Talvez aqui seja o espaço para isso.

No último ano eu vi o que não queria ver e choquei-me com o óbvio: o humano está desumano. Sim, assim. De forma redundante e com cacofonias infinitas.

Nesse período vi que o diferente não é feio, que, de alguma forma, ele só é diferente para quem quer. Vi que a concorrência mata e o saber para o mundo é limitado. Vi que o culto pode ser burro e que o verdadeiro olhar é mais que bonito. Vi (e não vi) que simplesmente não vemos e que as pessoas perdem o que são por desejos muito pequenos. Vi que as terras são enormes e que a humildade é uma das maiores dávidas de um indivíduo. Eu preciso continuar...


nos embalos de: 'rise' - eddie vedder